quarta-feira, dezembro 15, 2004

Ainda o Euro'2004

Na semana passada, escrevi uma nota sobre a possibilidade de Lisboa se candidatar à organização de uma edição dos Jogos Olímpicos. Fui crítico - e ainda sou - da opção por considerá-la despesista, supérflua, oportunista e inadequada. Apresentei uma lista de argumentos, que ainda defendo, contrários a esta iniciativa. Entre eles, escrevi que seria absurdo lançarmo-nos numa empresa gigantesca antes de conhecermos o impacte real do Euro'2004 na economia portuguesa (Ver o "post" integral aqui).
Ontem, a sociedade Portugal 2004 SA apresentou o último relatório de contas relacionado com a organização da competição futebolística. Revelou que a prova custou 964,5 milhões de euros e o Estado pagou apenas 205 milhões. Quase todas as regiões que acolheram jogos registaram valores positivos de recuperação do investimento, através das receitas turísticas e do crescimento económico local. Foram mantidos 39 mil empregos. A produção aumentou. O Euro gerou 57 milhões de euros de impostos, e o rendimento salarial atingiu os 370 milhões de euros (socorro-me do "Diário de Notícias" para conferir os números apresentados).
Perante estes números reveladores, cabe-me naturalmente admitir que a organização da prova gerou de facto o crescimento económico prometido. Touché. Mantenho, porém, todos os outros argumentos contra a organização dos Jogos. Nem vejo como poderão ser rebatidos ou modificados durante a próxima década.

Sem comentários: